Numa sessão recente de filmes de animação a que assisti, por um erro qualquer na projecção, houve um filme, uma curta metragem de Norman McLaren, que foi repetida. Assim: recomeçou imediatamente.
O público encontrava-se bem disposto com a sessão e interagia bastante, mas aquela repetição inopinada provocou comentários e uma galhofa que já não tinham a ver com o filme. Um quase protesto pela desatenção do operador (de dvd, infelizmente); a hilariedade da situação.
Pela minha parte, tornei a ver o filme com todo o gosto e procurando perceber alguns pormenores que me escaparam (estava demasiado perto da tela). E lembrei-me de umas palavras de Roland Barthes, da sua análise em “S/Z”, em busca do texto plural:
A releitura, operação contrária aos hábitos comerciais e ideológicos da nossa sociedade – que recomenda que se “abandone” a história depois de consumida (“devorada”), para que se possa passar logo a uma outra história, comprar outro livro, e que só é tolerada em certas categorias marginais de leitores (as crianças, os velhos e os professores) (…).
É também por isso que gosto deste nosso blog.